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segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Wake up, United States of America!!!

"Relatório anual norte-americano critica prisões e violência contra mulheres em Portugal 28.02.2005 - 15h31 PUBLICO.PT
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O capítulo dedicado a Portugal do relatório anual do Departamento de Estado norte-americano sobre a violação de direitos humanos no Mundo salienta as más condições nas prisões e os maus tratos infligidos a detidos e afirma que a violência exercida sobre as mulheres e as crianças constitui um problema. Em relação aos casos mais preocupantes, o documento lança fortes críticas aos Governos da China, Rússia e Arábia Saudita."
in publico.pt

Perdoem-me a ingenuidade, mas o que é que os Estados Unidos da América têm que mandar palpites acerca do que se passa noutros países? Tudo bem que haja grandes problemas sociais um pouco por todo o mundo e que os países desenvolvidos tenham o dever de ajudar os países em desenvolvimento. Contudo há que ter em consideração que os Estados Unidos não são mais que os outros países desenvolvidos e não têm de fazer de "Polícias" do mundo! Sinceramente acho muito reprovável que teçam tantas considerações acerca do que não lhes diz respeito, ainda por cima quando não têm autoridade nenhuma para o fazer (não esqueçamos a pena de morte, o atropelo supremo à vida humana)...

Legalize...ou não. O problema passará mesmo por aqui?

a mesa de cafe

A legalização das drogas é, a meu ver, um assunto que merece ser tratado com a mesma atenção que o aborto ou a eutanásia, porque interfere uma vez mais com a vida humana, porque a condiciona, porque a retira, ou simplesmente porque está presente nas nossas vidas, andando sempre ao nosso lado, por tomar conta de conhecidos ou desconhecidos, amigos ou inimigos e, em muitos casos, de familiares.
As drogas nunca poderão ser repelentes enquanto houver pessoas que se fascinam e se orgulham de estar ligado ao mundo destas. Se bem que na maior parte dos casos as pessoas que se fascinam com estas são infantis, ou simplesmente imbecis, a verdade é que existem, e são as culpadas destas proliferarem e assegurarem de forma tão avassaladora a sua presença na sociedade.
Quando pensamos num drogado, a imagem que nos vem imediatamente à cabeça é a de um esfarrapado arrumador de carros, de um mendigo que usa uma caveira em vez de uma cara...nunca admitimos a possibilidade que um nosso amigo, um nosso familiar seja isso - um drogado. Talvêz porque no mundinho em que vivemos, nesta aldeia, os drogados que temos mais próximos ainda têm bom aspecto. Ainda se riem. Ainda andam em bons carros e se vestem com boa roupa. E como convivemos quase diariamente com eles nem nos apercebemos da bola de neve em que a vida deles se transformou, e se vai transformando, afigurando-se únicamente um final muito mau para esta.
Eu penso que na nossa idade as drogas "leves" já não nos fazem muita confusão. O tabaco já não faz. O Álcool já não faz. Uns pampos de vez em quando também já não são motivo para chamar a ninguém drogado. E assim de geração em geração a barreira entre o "normal" e o "anormal" vai andando quilómetros, sem que nem sequer nos consigamos aperceber disso.
Penso que será fulcral para conseguirmos debater este assunto entedermos verdadeiramente as proporções que este atingiu no nosso quotidiano. Hoje em dia as chamadas "drogas leves" chegam-nos com uma facilidade quase que absurda. A realidade é mesmo esta: quem quiser usar, usa, quem não quiser não usa. Qualquer pessoa as tem disponível com um simples estalar de dedos. Parece-me que aqui a única coisa que realmente conta são as opções, uma vez mais de cada um. E uma vez mais devo dizer que qualquer pessoa deve ter direito a escolher. O mesmo dizem os folhetos que andam aí a distribuir, e que passo a citar: "Podes escolher não fumar um charro porque afinal já te sentes bem, as preocupações ou problemas não se resolvem com a ilusão da fuga! Porque não precisas de substâncias para te divertires e também porque preferes manter a tua percepção sem alterações e assim correres menos riscos"; ou então "Podes escolher fumar um charro para tentar ficar mais animado, para te sentires "no espírito", porque a roda de amigos não pode quebrar ou simplesmente porque sim! Porque até nem faz mal, os riscos são poucos e nunca ninguém morreu de overdose !".
Antes de mais deve dizer que considero este folhetos dignos de serem aplaudidos, porque cumprem a 100% a sua função. Chegam a toda a gente, com uma linguagem descontraída e clara, mas também rigorosos na informação que dão, e credíveis, por serem do Instiuto da Droga e Toxicodependência, o que afasta logo a possibilidade de ter sido um drogado reprimido que decidiu tirar umas fotocópias.
Penso que a meu ver são iniciativas como esta que fazem falta, e é, aliás, por falta delas, que a droga continua a ser tabu. Quanto às camadas que atinhe, na minha opinião, atinge todas, sem qualquer tipo de excepção. Mas porém ainda há aquela gente, vulgo Santanetes que reagem e reagirão sempre da mesma forma: "O meu Bernardo/Manel/Constança (nomes muito em voga)? A menina tá parvaaaaaaaaa?". Porque isso é algo que, como já disse, só acontece aos outros e, preferentemente, ao filho, quiçá, da empregada.
Resumindo um pouco tudo o que já disse, penso que uma vez mais a realidade se deve situar nas opções, e não nos decretos. Porque eles simplesmente não funcionam, porque são obsoletos, porque pioram a situação em vez de a resolver...por milhares de razões que não vale a pena referir. É por isso que uma vez mais alerto para a necessidade de, principalmente enquanto jovens, sermos informados verdadeiramente. Para sabermos realmente distinguir entre drogas leves e pesadas, para sabermos realmente quais os perigos de fumar uma ganza , e quais as diferenças e a distância que vai até usarmos pastilhas, ou no caso de sermos completamente inconscientes, passarmos para a branca, o último escalão da carreira de drogado. Para que não haja mais desculpas para que pessoas da minha idade se metam nisso, se por um lado deliberadamente, por outro (de certeza) inconscientemente. Porque na minha opinião de ignorante, os relatos que ouço em relação a indívudo X ou Y, ao contrário do que os próprios apregoam, nunca aponta num sentido de melhora e independência, mas sim num acumular de más vivências - nos da minha idade a coisa traduz-se em não ir às aulas, dormir a horas perfeitamente absurdas, andar sem dinheiro, receber telefonemas (felizmente não no meu caso) de pais em pânico, sem saberem onde o filho anda, onde o filho está, com quem está e, mais que tudo, a fazer o quê. Porque sim, os pais acabam por ficar envolvidos neste processo. Sentem os filhos cada vez mais distantes, e talvez cada vez mais ausentes, sem saberem como inverter a situação.
Mas talvez o que me faz mais impressão (e isso sim, está aos olhos de todos) é observar a pele cada vez mais junta aos ossos, os músculos a desaparecerem, a incapacidade de conseguir manter uma conversa com pés e cabeça, e talvez a que mais impressiona - o estado artificial de vida em que a pessoa se encontra e vive, em que passa a ser...um zombie (e não me estou com isto a referir de certeza aos que se ficaram pelas pampas).
Com isto tudo só quero deixar uma mensagem: cuidado. Cuidado com as experiências. Informem-se o mais possível. Não acreditem no que este ou aquele diz. Leiam e consultem, pensem e nunca aceitem nada por obrigação ou pressão - quem vos pressionar a aceitar o que quer que seja não o faz por ser verdadeiramente bom - está simplesmente a tentar libertar o seu peso de consciência adicionando mais um. Aos olhos da lei, as coisas são aparentemente simples. Eu não posso deixar de concordar com ela, apesar de achar que o problema da droga está longe de ser resolvido com esta.
Informação, é isso que peço. Informação. E acho que não é pedir muito. Vocês acham?

sábado, fevereiro 26, 2005

The eternal sunshine of the spotless mind Posted by Hello

Acerca de “The Eternal Sunshine of the Spotless Mind”

Às vezes queremos esquecer pessoas, coisas, lugares e acontecimentos que nos marcaram negativamente a certa altura da nossa vida. E se o pudéssemos fazer? Será que o faríamos?
Talvez, num acto impulsivo, tomássemos a decisão de apagar da memória o que não nos agrada na nossa história…É sempre desconfortável manter coisas que afastem do nosso mundo individual a chegada da felicidade suprema. É óptimo ter a possibilidade de manter a pureza das nossas mentes, como quando éramos crianças! De facto, justifica-se a expressão de Alexander Pope: “Eternal Sunshine of the Spotless mind”, que significa que a felicidade (sunshine) é eterna quando a nossa mente está desprovida de marcas (spotless mind).

Mas, não serão essas marcas partes de nós? A memória não fará parte da nossa essência? Penso que sim! Não podemos esquecer o que uma vez fizemos ou dissemos, nesta ou naquela circunstância, com esta ou aquela pessoa, só porque essa recordação nos provoca mágoa! Tudo aquilo pelo qual passamos é uma parte de nós! É a nossa história pessoal que nos torna especiais e diferentes de todos os outros! Apagar memórias seria apagar o que somos!

Além disso, coloca-se a questão do que ficaria no lugar dessas memórias… Espaços vazios?
Pois é, eu acho que o ser humano constrói a sua personalidade através de memórias. A busca constante da sua vida é a felicidade. Ora, são todas as marcas (boas e más) que compõem a história de uma pessoa que a podem fazer feliz, pois sem estar completo ninguém pode ser feliz.

Todas estas filosofias vieram a partir do filme “The eternal Sunshine of The spotless mind” de Michel Gondry com Kate Winslet, Jim Carrey, Elijah Wood, Kirsten Dunst, Mark Ruffalo e Tom Wilkinson. Um elenco cheio de expressividade e talento que nos leva numa viagem pelas memórias de um homem que decide apagar a ex-namorada da sua vida e do seu cérebro e que, a meio do processo se arrepende. Então, este “joga às escondidas” com os elementos que compõe a sua história e os momentos em que estes se passaram. É um filme que, a meu ver, deixa muitos pensamentos lindíssimos nas mentes de quem o vê. Um filme no qual todos, de algum modo, encontram uma forte identificação.

Afinal, quem nunca desejou esquecer algo da sua vida?


New York...New York...O que não dava para lá estar... Posted by Hello

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

O despertar da mente (Eternal sunshine on a spotless mind)

a mesa de cafe

Chamem-me romântico. Admito que até possa ser. Mas se há coisa que ainda gosto de ver é um bom romance. Se tiver um tom de comédia com partes verdadeiramente hilariantes, melhor aínda.
Jim Carrey habituou-nos ao género de comédia espalhafatosa, sem fio condutor, preenchida de um enorme vazio em termos de conteúdo. Kate Winslet ficou marcada como a diva do filme em que berra numa piscina e num barco em animação 3D, papel que a meu ver, pode ser talvez o da vida dela, mas está longe de ser o melhor que fez. Com um orçamento certamente mais modesto, conseguiu não só uma melhor prestação, como aínda dar provas vivas da sua versatilidade como actriz, e o mesmo digo de Jim Carrey, que não faz esboçar um sorriso nem com Jarry Mcguire, nem com a Máscara, e com Bruce Almighty se o faz, é porque sem dúvida que teve sorte em lhe calhar um papel tão bom na rifa.
Imaginem que um dia têm oportunidade de apagar um anterior relacionamento da vossa memória. Livram-se de todos os objectos que vos façam lembrar da pessoa, apagam as memórias negativas que têm (sejam elas quais forem) e começam uma nova vida. Vida anterior essa que no caso de o sentimento se prolongar está condenada a muitas horas de choro e sofrimento, e em que ela própria deixa de começar a fazer sentido. É assim que se sente Joel, até que um dia descobre que a mulher com que houvera passado momentos de romance o decidiu apagar. Farto de uma vida à base de anti-depressivos, decide fazer a sua catarse através deste processo. O que acontece é que se apercebe durante a transformação que há memórias que por mais negativas que sejam as queremos guardar. Talvez por serem íntimas; talvez por terem um significado que ninguém percebe a não sermos nós. Uma boa parte do filme é então uma viagem às memórias deste, que contam momento a momento a sua relação com Clementine, a mulher enigmática que "muda a cor do cabelo de acordo com a sua personalidade". Impulsiva, tempestuosa, mimada e egoísta, o que é certo é que vai por o mundo de Joel de pernas para o ar, quando o surpreende a beijar Elijah Wood (elenco de luxo), e o trata como um desconhecido.
O filme conta ainda com a participação de Kirsten Dunst, que desta vez escolhe outros aracnídeos. É outra actriz que consegue fugir ao clichet de semi-protagonista como já foi, tão doce e carinhosa, e não hesita em dar provas de ser capaz de interpretar outros géneros.
"O despertar da mente" não é um filme que nos motive a grandes reflexões. É uma boa história de amor. Bem contada...Bem filmada...com bons actores. O jogo das memórias é uma componente fundamental para a articualação do filme, e confere muito maior suspense. É um filme que deixa saudades, que quanto mais desse mais veríamos. Era talvez um filme para ser aplaudido de pé, como já não é nenhum. É um filme que mostra que hollwood não é o que é por acaso. É um filme para namorados, apaixonados, e por apaixonar. É um filme que dá vontade de contar a toda a gente e o gabar por todo o lado. É um filme que gostei...E é um filme que irão certamente gostar, sozinhos ou acompanhados.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Em tempo de citações...



Winston Churchill disse uma vez qualquer coisa como isto:

"A Democracia é o pior regime... depois de todos os outros!"

Não podia estar mais certo....

Conhecem um tal de José Pinto de Sousa?

Conhecem um político chamado José de Sousa?
E que tal José Pinto de Sousa... ou simplesmente Pinto de Sousa?

Calculo que não...

Eu também diria o mesmo, mas, na realidade, pasme-se, trata-se do novo 1º Ministro, José Sócrates (e esta hein?). O seu nome completo é: José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa (nome pomposo para alguém de esquerda...).

É... pelos vistos, a sua mãe decidiu acrescentar ao seu nome um segundo e peregrino nome: Sócrates...

Parece-me, insólito que se chame um político pelos dois primeiros nomes. Era como se chamássemos a Durão Barroso: José Manuel (se bem que este tentou uma solução parecida na Comissão Europeia).

Pergunto a mim próprio o que é que terá dado às pessoas para o chamar assim....mas acho que nunca vou descobrir....

O futuro....

Depois destas eleições perguntei-me a mim próprio se estes 5 meses foram necessários.
Na verdade, confesso que, aquando da saída de Durão Barroso do Governo, pensei que a melhor solução, não obstante de considerar Santana Lopes pouco apto para o cargo de Primeiro-Ministro, era a continuidade desta Legislatura, por motivos de estabilidade.
No entanto, verifico hoje, que estava rotundamente errado. Na verdade, a decisão do Presidente da República apenas contribuiu para produzir 4 meses de má governação , conduzir a uma inevitável paragem na actividade governamental, por ventura maior do que seria no caso de se ter ido para eleições 4 meses antes, e consequentemente, a uma instabilidade política, de pouco proveito para o país.
Mas então, parece que o Presidente da República demorou 4 meses a perceber que Santana Lopes era um mau Primeiro-Ministro. Ou, poder-se-á especular, Sampaio considerava Ferro Rodrigues alguém pouco habilitado para exercer um cargo como o de Primeiro-ministro.
E agora, há uma pergunta que me surge inevitavelmente (e penso que não só a mim), "será que Sócrates, ao contrário de Ferro, é alguém habilitado para exercer um cargo como o de Primeiro-ministro?"

Quanto a mim, penso que só o Futuro o dirá?

Os resultados!

Estas eleições dizem muitas coisas acerca da vontade dos eleitores. Primeiro, a abstenção foi muito menor que o costume, o que prova que as pessoas tomaram (finalmente) consciência de que lhes cabe a elas decidir o que querem para a representação dos seus interesses. Com a má experiência da nomeação quase "dinástica" de um novo governo no Verão passado, houve a noção de que é necessário mostrar o que se pensa e o que se quer! (É que parecia que todos se tinham esquecido das conquistas do 25 de Abril!)
Bem, adiante... A esmagadora vitória socialista também merece uma interpretação: não foi por competência mas por incompetência dos adversários, ou seja, as votações foram por uma mudança, por uma demonstração do desagrado da população relativamente ao governo de coligação PSD/CDS-PP que em tão pouco tempo fez tanto mal!
Outro aspecto a ter em consideração é a estrondosa subida da CDU e do Bloco de Esquerda... Demonstram uma nova inclinação para a esquerda (que a mim, me agrada particularmente). E, penso que, se não houvesse tanto desejo de derrotar o PSD, talvez, a votação nestes dois partidos tivesse sido ainda mais expressiva...
Isto são só pequenas interpretações que foram escritas muito em cima do acontecimento mas que julgo terem alguma lógica, não?

O exemplo típico de apego ao poder... Chega a ser ridículo! Posted by Hello

Paulo Portas... Um derrotado que até se portou bem, demitindo-se! Posted by Hello

domingo, fevereiro 20, 2005

Projecções SIC dão maioria absoluta ao PS

a mesa de cafe

Dia feliz para todos os socialistas...!46,9 a 50,7% são os números apontados pelas sondagens à boca das urnas...Um resultado estrondoso...Espermos que Sócrates saiba bem o que fazer com ele...
Quanto a mim, não posso negar que estou imensamente feliz...Aproveito ainda para dar os meus parabéns à CDU pelo resultado fabuloso que em princípio obtiveram. E Zé vai preparando a carteira.
É duro falar em público, mas Miguel Relvas: haverão?

Portugal de mãos dadas com a democracia

a mesa de cafe:

Segundo a SIC e o Público, "mais de metade dos cerca de 8,8 milhões de eleitores inscritos para as legislativas de hoje já tinha votado até às 16h00", o que dá um total de 50,94% dos eleitores inscritos.
Tendo em conta que, por esta hora, em 2002, a afluência situava-se nos 45,8%, é bom e gratificante observar que Portugal está mais maduro, e cumpre (se bem que não ainda de forma muito significativa) com o seu dever cívico de votar. Será que alguns outdoors ajudaram a pensar? Sem dúvida que sim.

sábado, fevereiro 19, 2005

"El niño guerrero"

a mesa de cafe

Confesso que cheguei por momentos a acreditar que fosse só na imprensa cor-de-rosa que o nosso primeiro ministro à beira do precipício tivesse caído. Qual não é o meu espanto quando abro o "El País" e vejo, logo na terceira página, uma caricatura (desenhada e textual) do nosso menino, e do, como é dito neste, "favorito de los sondeos", José Sócrates.
Santana é descrito como um "populista de derechas", que, como a tradução da própria letra do hino laranja nos diz "necessita cariño / necessita ternura", e que deixou, pela sua campanha, "estupefactos amigos y inimigos". E nem Cinha Jardim escapa ao chiste: "(...)A veces a los venerables dirigentes les hacía incluso sacar los colores por su constante presencia en la prensa de corazón, que alcanzó su cenit quando fue pareja de Cinha Jardim, la musa del papel couché portugués, y en los más extravagantes shows televisivos.(...)". Segundo o jornalista deste Diario, "(...)le ha encantado cultivar una imagen de engominado ligón de discoteca(...)", e foi "niño mimado de Francisco Sá Carneiro". O artigo diz-nos também que "(...)Sus meses como primer ministro han sido un compendio de infortunios y de propuestas lanzadas con la misma rapidez que han sido rectificadas poco después(...)".
Santana é ainda comparado internacionalmente com o insólito Silvio Berlusconi, "como él populista y futbolero" e "con grande dominio de las cámeras".
Concluo então que o nosso primeiro ministro (que segundo a maior parte das sondagens o é felizmente por só mais um dia) é considerado o mesmo, em todo o lado. E merece.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Era mais uma polémica...ou então...duas!

a mesa de cafe: Fevereiro 2005

Não gosto de deixar os meus trabalhos a meio. É uma vicicitude que me mete nojo, e mete nojo a mim próprio quando eu próprio a pratico. Mas parece que por Carlos da Maia, o Carlos que segundo alguns era Eça se ter deixado entregar a ele é desculpa para toda a gente o cultivar - o diletantismo assume proporções fantasmagóricas na nossa sociedade. E até os políticos o respeitam, e mais, o praticam!
Assim, esta introdução toda para vos falar de mais dois temas que são tabu absoluto. O primeiro por felizmente não fazer parte da nossa realidade, essa em que vivemos embrenhados sem fazer muita questão de saír dela. O segundo por ser uma coisa que aos olhos das mamãs mais...enfim...Santanetes, só acontece com os filhos dos divorciados, coitaditos - "O meu Bernardo?! A menina tá doidaaaaaaa?!". Já perceberam então que vos venho falar da eutanásia e da legalização das drogas.
Para quem me conhece, e partilha ou não das minhas ideologias (partidárias ou não), quem lê os meus textos, sabe que para mim este assunto nem deveria dar azo a muita discussão nem polémica. Após confirmar algumas opiniões com alguma pesquisa, mais propriamente com um site deplorável que me deixou transtornado com a pouca qualidade e solidez dos seus argumentos, mantenho-me firme, como o fiz em relação ao aborto e à homossexulidade. A eutanásia nunca poderá ser encarada do ponto de vista utilitário - chega a ser repugnante ler coisas como esta "(...)Naturalmente, cada vez pesam mais os motivos económicos - embora não seja apenas isso - pois, como foi dito mais de uma vez, algumas pessoas já não produzem e acabam por ser mais baratas mortas do que vivas.(...). Chamem-me ingénuo, mas não acredito que alguém a pense assim...pelo menos não acredito que o PS e a esquerda a pensem assim. O utilitarismo é abundantemente utilizado mais em partidos que consideram o "ambiente útil para criar emprego". Esses sim, poderiam passar a ver a vida humana deste modo, e pararem de nos azucrinar com o seu puritanismo cínico, ajudado por uma igreja "bafienta" e decadente, monopolizada e monopolizante.
Com efeito, e voltando ao tema em questão, corroboro o que disse em relação ao aborto. Pode parecer linear, mas se acho que a mulher que gera a vida tem o direito de acabar com ela, para poupar e ser poupada a uma série de prejuízos que poderão resultar do não abortar, seria descabido que não concordasse com uma decisão que uma pessoa toma, mais desesperada ainda do que no caso do aborto, destroçada, sem qualquer perspectiva ou vislumbramento de um sinal positivo ou de uma melhora, sozinha no mundo. Mas parece que o direito à vida prevalece...Mas que vida? Quem é que pode considerar um estado vegetativo e humilhante uma vida, quem é que ainda pode acreditar que colaborar numa decisão tão pensada, tão constantemente provada como única solução, pelas dores, pela monstruosidade de uma doença como um cancro terminal, é crime? Quem? Das duas uma: ou alguém que não percebe o que é passar por isso ou então alguém cuja definição de vida pode passar por um amontoado de ossos, que teve por solidariedade infernal a virtude de nascer humana e de ter que morrer humanamente, ou seja, até que já nem possa emitir qualquer juízo que o possa determinar como racional, até que a sua existência se resuma a um peso morto, frio, esquecido e abandonado num piso de um hospital, dia após dia, mês após mês, e em muitos casos, ano após ano.
Por isso é que sou a favor de uma possível alteração na Lei vigente que diz respeito à eutanásia. Por achar vergonhoso que alguém que lida com um doente, vamos supor, há mais de um ano, e o vê num arrastamento mórbido, querer colaborar com o termo desta e ser considerado criminoso. Por uma pessoa que enquanto humana que é, perceber que aquilo que lhe está a acontecer é um pesadelo que pode acabar mais cedo e lhe dizerem que deve continuar nele por respeito à vida. Para que possa dar valor a esta e pensar - que bom é ter vida. Como me sinto feliz. Por mim preferia ficar assim mais uns anos, porque tenho tudo o que me faz feliz - uma cruz e um senhor de gravata azul e amarela a quem chamam feirante do meu lado.
Urgem medidas sobre este assunto. Estes e tantos outros. Decidam por vocês próprios - é este o lema.

Quanto à legalização das drogas falarei mais à frente :)

Obrigado

a mesa de cafe

Recebi ontem uma mensagem de parabéns pelo blog...que me deixou sem palavras...Porém, deixou estas - quem agradece somos nós...
Aproveito para agradecer às pessoas que nos visitam diariamente...aos nossos colegas da blogosfera...A todos os que escrevem aqui por gosto...E citando alguém que me motivou bastante:

"Vamos ser um sucesso" - a frase foi em tom de chiste, mas parece que sempre se vai cumprindo. E fico por aqui, para que isto não pareça notícia de abertura no nosso "Crime" versão audiovisual - o Jornal Nacional...Boa Leitura...


Precisam de usar um pouco a malícia...Mas onde é que Santana Lopes quererá aquele dedo? Será que a resposta está por trás dele?Posted by Hello


Este é dos meus preferidos... Posted by Hello


Pois é pedrinho...mandas uma pedra...e recebes uma bigorna... Posted by Hello

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Santana subterrâneo

a mesa de cafe

Penso que uma característica que predomina no nosso actual (e segundo alguns, futuro) primeiro ministro, é a analogia implícita com uma cassete que este faz questão de deixar transparecer; ou então um problema de audição, que a meu ver é bastante grave:

(...)
" Dr. Pedro Santana Lopes...considera bem que um dirigente do PSD, o Dr. Alberto João Jardim trate o Dr. Cavaco Silva por "Sr. Silva"?
- O que importa é que vou criar 70000 postos de trabalho para jovens desempregados...O desemprego é um problema sério no nosso país.
- Está a fugir à pergunta, Dr. Pedro Santana Lopes...
- Já lhe disse que irei combater o desemprego, para que haja uma maior taxa de crescimento económico.
- Não pretende responder, é isso?
- Vou manter uma política orçamental que me permita baixar o IRS, o imposto automóvel...
- Pronto, já vimos que não pretende responder...
- Irei incrementar medidas que me permitam assegurar a estabilidade do país."
(...)
" Acha que estando em "guerras" com tanta gente, como já disse várias vezes, vai ter possibilidade de assegurar um governo de estabilidade?
- Defendo um orçamento que possibilite o aumento dos salários da função pública, como aliás vai acontecer.
- Mas como sabe e afirmou, está em guerras com o Presidente da República, com o Dr. Cavaco Silva, enfim, com uma quantidade de pessoas bastante grande...Acha que poderá assim assegurar a estabilidade que o país precisa?
- Precisamos de conseguir compertir com a União Europeia..."
(...)

Será que não sería o Professor Girassol de Hergé mascarado de chulo?

Acerca da morte da Irmã Lúcia...

O que me choca no meio de todas as "demonstrações de luto" é a exploração da morte! Que os media explorem as desgraças da família de Alguidares de Baixo, as más condições de vida do pintaínho na casa do Rúben André, a homossexualidade do vizinho de cima do Sr. Acácio e da Dona Ermengarda é algo que me choca profundamente mas ainda se tolera! Basta mudar de canal ou virar a página do jornal.... Afinal, todos têm o direito aos seus 5 minutos de fama! Agora, o que revolta, e entristece é a exploração da morte!
A irmã Lúcia, acredite-se ou não na sua vidência, é, inquestionavelmente, uma figura marcante do catolicismo e, como essa religião faz parte da cultura ocidental, é uma imagem da nossa história! Como tal, é normal e compreensível que se assinale a sua morte de modo particular, contudo, é importante distinguir isso da morbidez! Os media FAZEM QUESTÃO de mostrar todos os detalhes, de debater todos os assuntos, de demonstrar todas as manifestações de tristeza!
"Mas é o que as pessoas querem ver!" já me disseram isto e eu respondo que a morte é algo em relação ao qual se tem de ter respeito! Principalmente quando se trata do falecimento de uma pessoa cujo desejo era ser discreta... O próprio facto de ter ingressado no Carmelo, significa que desejou uma vida calma, sem polémica e sem exposição pública! Neste momento, que todos têm conhecimento dessa filosofia de vida, ninguém respeita a sua morte! Exibem-se imagens do corpo no caixão! Debate-se na televisão, no próprio dia da sua morte, se ela deve ser ou não beatificada! Ocupam-se HORAS a falar na causa do seu desparecimento, que se explica em pouquíssimas palavras: velhice, ou seja, morte natural!
Depois, e como o Tony já disse, os políticos aproveitam isto como meio de fazer campanha!
Sinceramente isto choca-me, deixa-me perplexa! Pensava que ainda havia alguns escrúpulos mas constato que se perdeu a noção do respeito e da dignidade que os seres humanos merecem, especialmente no que diz respeito à morte, principalmente no que diz respeito a uma pessoa que sempre se quis manter afastada da vida pública e que só apareceu quando foi mesmo necessário!
Espero que a Irmã Lúcia descanse em paz (embora isso seja completamente impossível enquanto se aproveitarem do seu falecimento para ter audiências, votos ou protagonismo)... Mas acima de tudo, respeito-a, a ela e à sua morte e desejo que encontre no céu a paz que conseguiu na terra durante a vida e que estão a profanar por completo!

D.E.P. Irmã Lúcia

a mesa de cafe

D.E.P. Irmã Lúcia. Descansa em Paz irmã Lúcia. O meu partido e toda a prole vai suspender campanha por ti. Estou tocadíssimo com a sensiblidade dos políticos do nosso país. Descansa em paz porque não estás a ser usada como um mero instrumento de campanha. Descansa em paz porque os sôfregos de vitória choram a tua morte, como a de um familiar. Porque se importam mesmo contigo. Repousa agora, por saberes que afinal sempre gostaram de ti. Surpreende-te porque Pedro Santana Lopes estava a pensar em ti, "meia hora antes". Descansa, respousa em paz. Tenhas ou não visto o que disseste que viste. Digo isto pela mulher de muitos anos que morreu, tal como diria da minha vizinha ou de um parente afastado. Descansa, porque não me interessa nada a tua morte...Descansa em paz Imã Lúcia, porque mereces, como toda a gente. Ou melhor, como quase toda.

ja que estamos numa onda de cartoons... Posted by Hello

terça-feira, fevereiro 15, 2005


Este cartoon pode ser observado na Escola, na Exposição do Luís Afonso, do Público. na minha opinião, não podia haver melhor maneira de mostrar a constante "montagem" e "desmontagem" do médio oriente, feita pelos EUA. Posted by Hello

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

O desorganização do actual Ensino Superior

Este é um tema que me tem levado a pensar desde há muito tempo, quanto mais não seja, porque me (nos) diz directamente respeito.
Na verdade, desde há muito que noto a balbúrdia em que o sistema de ensino superior se encontra (já para não falar do restante ensino). A desorganização a que me refiro baseia-se no seguinte: os cursos estão muito desequilibrados, tanto em termos de vagas, como de formação e, principalmente, de saídas.
Hoje, quem tem uma vincada vocação científica, não vai para Física ou Matemática; quem sempre gostou de História ou Línguas, não vai os cursos correspondentes, mas sim para Direito; e por aí em diante.
Para além disto, e cada vez mais, são criados cursos, principalmente na área científica, que nada mais são do que variantes de cursos como Biologia ou Geologia, já de si pouco pretendidos, cujo número de alunos, por vezes, nem chegam sequer aos dois algarismos.

Assim, para mim, existem duas hipóteses possíveis para a resolução deste problema, ambas radicais, mas em extremos opostos.
1) – A simplificação dos cursos, que passaria pela definição de cursos primários, como História, Biologia, Química, etc., de duração menor: 3 ou 4 anos, que dariam uma formação geral, depois aprofundada por especializações, o que manteria a especialização dos alunos na área pretendida e acresceria uma formação mais alargada, que, logicamente, alargaria o leque de saídas profissionais. Para além disto seria necessária a obvia nivelação das vagas de cada curso, bem como o incentivo de saídas profissionais em determinados cursos, de modo a acabar, por exemplo, com o “paraíso” que hoje a Medicina é.
2) Adoptar um sistema semelhante ao dos estados unidos, ou seja, enveredar por uma formação particular que daria aos estudantes exactamente a formação pretendida (mesmo que esta passasse, por exemplo, por química adaptada à arquitectura), de maneira a que cada um pudesse escolher exactamente o que necessita de saber para o seu futuro profissional. Este sistema, parece-me a mim, seria mais complicado de implementar no nosso país, pois exigiria uma profunda modificação, tanto ao nível do ensino, como do mercado de trabalho.

Esta é apenas uma opinião particular sobre este assunto que é, de certeza, imperfeita, de qualquer forma partilho-a, se alguém quiser fazer o mesmo pode comentar esta posta.

O blog dos "green zone" de vila do conde

a mesa de cafe: Fevereiro 2005



TRES PONTOS EM NOITE FRIA GREEN ZONE COM BOA PRESENÇA

Os Green Zone começaram por se juntar muito cedo a porta do estádio eram muito poucos mais ou menos 7 ou 8 mas sempre com a vontade de apoiar o Magico.
Entraram e juntaram-se e para ver se atraíam mais alguém para a sua beira.
Eles cantaram ainda um bom bocado na primeira parte parando só quando começou a dar uma chuveirada bem grande.
Na segunda parte já cantaram menos cantaram muito menos só cantavam naqueles momentos onde os adeptos do Rio Ave davam uma ajudinha.


Não poderia haver exemplo mais claro do "Escrevo como falo"...

domingo, fevereiro 13, 2005

Santana Lopes lembra que Sá Carneiro também foi "muito atacado"

Neste momento recuso-me a escrever o que quer que seja acerca desta campanha já que, neste momento é perfeitamente surreal. Como tal, a acho que já se apreceberam disso, limito-me a transcrever notícias e a publicar fotografias... É que nem vale a pena falar... Tirem as vossas próprias conclusões! Quando o bipartidarismo político desaparecer, ou os seus líderes tiverem consistência, talvez a política adquira mais dignidade... Por enquanto aqui vai mais um bocadinho de vitimização... Viva o simbolismo (viva a sugestão!!!) e viva a metáfora!

O líder do PSD, Pedro Santana Lopes, recordou hoje o fundador do PPD-PSD Francisco Sá Carneiro para sublinhar que, tal como ele, foi "muito atacado" e considerado "incómodo" mas que, apesar de tudo, venceu as eleições.Discursando num comício no Coliseu do Porto, o presidente do PSD lembrou o antigo líder social-democrata como alguém que "foi incómodo e muito atacado" e sobre quem muitas vezes disseram que estava "liquidado e politicamente morto". "Teve muitas primeiras, segundas, terceiras, quartas, quintas páginas", sublinhou acrescentando que, contudo, "manteve sempre a relação com os militantes, com as bases".Santana Lopes recordou mesmo uma frase proferida por Sá Carneiro, no final da década de 1970, quando o grupo parlamentar do PSD se dividiu: "Nunca estive tão sozinho e nunca tive tanta certeza que tenho razão".No seu discurso, o social-democrata aproveitou ainda para ler publicamente o desmentido de Miguel Cadilhe a uma notícia hoje publicada no semanário "Expresso", segundo a qual Cadilhe dizia que não participaria num Governo chefiado por Santana Lopes.O líder do PSD falou também no Presidente da República, Jorge Sampaio, adiantando que, caso vença as eleições de 20 de Fevereiro, a sua primeira palavra será para o chefe de Estado. "A primeira palavra será para pedir ao Presidente da República que faça tudo para empossar rapidamente o novo Governo que procurarei formar com os melhores", disse.Santana Lopes garantiu ainda que, em caso de vitória, não irá "fazer uma vingança política a quem quer que seja" e que tudo fará para que "não existam conflitos institucionais".O líder do PSD deixou também um apelo ao voto dos eleitores que ainda estão indecisos, sublinhando que é necessário mobilizar todos e não apenas os militantes social-democratas. "É preciso construir uma chamada ao voto daqueles que ainda estão indecisos", sustentou. (...)
IN http://ultimahora.publico.pt/shownews.asp?id=1215603

(isto não vos deixa sem reacção???)

sábado, fevereiro 12, 2005

idem Posted by Hello

e não é só o PS que se ataca... Posted by Hello

idem Posted by Hello

Pensava que estávamos num periodo de CAMPANHA eleitoral! Isto não o é de todo! Embora eu não acredite nisto, na CONTRA-CAMPANHA, até entendo os motivos : o PS é, de facto, mau, logo, esse é o único argumento que o PSD pode usar para que votem nele. "Os outros são maus, portanto votem em nós! Já que nós somos a única alternativa! Podemos nem sequer ser bons, mas você não os quer a eles (PS)!" Será esta a lógica dos Sociais-Democratas? Parece-me mesmo que sim! Posted by Hello

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

2 Comunismos com pouco em comum.


É curioso (para quem assiste de fora) e preocupante (para quem está envolvido) o que se tem passado nos últimos anos com a ideologia comunista no nosso país.
É que, quanto ao que me é possível constatar, ouve uma cisão neste espaço de pensamento político.
Assim, num dos lados fica o “conservador” PCP, fiel as suas origens e convicções, cada vez mais idoso e desapoiado pelos Renovadores; estes fugitivos refugiam-se no BE ou, simplesmente, deixam a actividade política.
Ora, os velhos comunistas acusam os renovadores de perderem a verdadeira identidade comunista e virarem as costas à luta, ao passo que os renovadores (como o pai Louça) se indignam ao ouvirem o líder da bancada comunista dizer que a Coreia do Norte não é bem anti-democrática ou ao lerem, no jornal “O Avante”, que, afinal, Estaline até nem foi assim tão mau.
Para mim, que assisto a este fenómeno de fora, passa-se o seguinte: o PCP continua fiel a sua ideologia, travando meritoriamente a “velha” luta na defesa do operário, numa sociedade que em nada se identifica com a sociedade de há 30 anos; os Renovadores vivem numa angústia existencial, pois já não se reconhecem nos valores comunistas.
Em comum, quanto a mim, têm o facto de ainda não terem percebido que o comunismo, tal como o Fascismo, é uma forma de Governo anti-democrática, que nunca deu frutos nos países onde foi aplicada. Assim claro, quem é verdadeiramente comunista, a não ser que rejeite o passado do partido, ou apoia os governos “vermelhos”, ou então, mais nada lhe resta do que a saída do partido.
Por outro lado, contudo, acho produtivo para a sociedade que ainda exista que lute e defenda convictamente os seus valores como o PCP, mas sem passar disso, sem passar dos 6/7%...

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Mais polémica em cima da mesa

a mesa de cafe

Hoje a Zizânia quase que veio a baixo. As pessoas pararam. Para rir, para olhar, para comentar com a pessoa que tinham à frente, ou simplesmente para ficarem especadas com o cenário iraquiano que se pintou naquela meia hora.
Vou começar então por dividir a conversa em temas:
O primeiro foi, como não podia deixar de ser, o da homossexualidade. Tudo a propósito de uma conversa que já tinha havido noutro local, em que duas opiniões se confrontaram, cada uma com o seu peso.
De um lado surgia o discurso "era mata-los a todos"; "desde que se mantenham à distância não há problema"; "quantos mais melhor, mais gajas ficam". Do outro o habitual consenso - são anormais - talvez, são deficientes - talvez, são contra-natura - talvez, mas o respeito é uma coisa que serve para toda a gente - desde o psicopata ao primeiro ministro, todo o ser humano deve ser respeitado. E eu não posso deixar de concordar.
A minha opinião acerca deste assunto é bem clara. A Homossexualidade para mim é um desvio da racionalidade. É, diria mesmo mais, uma doença. E o que me leva a concluir isto é o simples facto de ser, como já disse contra-natura . Do mesmo modo que não nos sentimos deprimidos sem motivo, se não tivermos motivos para isso - como uma depressão; do mesmo modo que não temos vontade de roubar se não formos cleptomaníacos. Está na natureza do ser humano que este se comporte de maneira normal. É natural que comamos quando temos fome e bebamos quando temos sede. É natural e nasce connosco, da mesma maneira que respiramos para sobreviver - sem ninguém nos ensinar, sem ninguém nos forçar. Eu sou heterossexual e não sei porquê, gosto de mulheres sem motivo, simplesmente porque me sinto atraído por elas, sem saber explicar. Em suma, a opção é de cada um, e ninguém tem mesmo nada a ver com isso.
Outro assunto é se a homossexualidade pode ser tratada ou não. Sinceramente não sei. Mas tenho a certeza que quem sofre dela merece ser tratado com o respeito que qualquer pessoa com qualquer outro problema merece, seja ela quem for, mas sempre desde que isso não resulte em prejuízo meu. No que diz respeito a lésbicas, venha-me o primeiro homem dizer que não gosta de ver - e se disser que não gosta está a mentir de certeza. Tenho pena, mas é esta a verdade crua e dura.
O tema seguinte foi o da transsexualidade. Eu como homem digo que me sentiria indignado no dia que apanhasse uma surpresa, mas acho que, por outro lado, é preciso muito azar para semelhante coisa acontecer a alguém. É que, sinceramente, seja pela voz, pela altura, pelo que quer que seja, será que não dá para distinguir logo? Acho que é preciso ser-se muito azarado. Mas uma vez mais respeito, e realço: cada um faz as suas opções, ninguém tem rigorosamente que se importar, que se opor - a liberdade de outra pessoa acaba onde a minha começa. E enquanto estivermos assim estamos muito bem.
E continuando na onda dos temas polémicos, tinha que vir inevitavelmente o aborto. Já disse várias vezes o que leio: não sou a favor do aborto, não sou a favor da legalização do aborto; sou, sim, a favor da despenalização do aborto, coisa que me parece bem distinta. Vou tentar dar o máximo de razões possíveis que validem a minha decisão:em primeiro lugar, e como homem, parece-me que não tenho, por incapacidade ou por me ser alheio, rigorosamente nada a ver com o que uma mulher decide fazer com o corpo dela - portanto, estamos a falar no domínio dos danos que resultam para a mulher que aborta. Em segundo lugar, parece-me que a decisão compete somente a ela e ao pai da criança. Quanto às células a que dão o nome de "vida", lamento muito, mas não consigo mesmo (talvez uma vez mais por incapacidade) entender como vida humana. Para mim as pessoas que se refugiam neste argumento enveredam únicamente pelo caminho da ambiguidade. É uma vida e pronto. Viram a cara a criança sidosa que lhes pede dinheiro ou vende pensos, viram a cara ao mendigo que dorme no banco de jardim em frente à sua casa, não olham sequer nos olhos um drogado, uma prostituta que os aborde na rua. Têm medo. E falam aos berros de respeito pela vida humana, esquecendo-se que em muitos casos a vida que protegem é a mesma a que vão virar a cara 20, 30, ou 40 anos depois.
Com efeito, as evidências estão à vista de todos: a mulher que quer abortar, aborta - com a simples diferença de que a que tem dinheiro aborta em segurança numa clínica bem limpa, com todas aquelas luvas de latex branquinhas e uma agulha esterelizada, pronta a usar. A que não tem fa-lo em casa, em condições miseráveis, sejam elas de higiene, sejam de assistência. E as duas na mesma clandestinidade, na mesma corrupção. Não é tempo de acabar com este pesadelo?
Mas responde o leitor indignado: "mas isso é completamente absurdo, é o mesmo dizer que mais valia não haver penalização de um homícidio, pois se as pessoas matam na mesma...nem condenação de uma fraude, se as pessoas roubam na mesma..."
Pois para este argumento a minha resposta é muito simples. Numa fraude não existe perigo de vida, portanto não é sequer equiparável. Num homícidio os danos resultam apenas por um lado. Eu mato alguém, esse alguem morre. Eu mando um tiro no peito, essa pessoa simplesmente morre. No aborto clandestino não - os danos resultam graves quer para a suposta vida que não existe mais, quer para a mulher que comete um acto de desespero desses. Porque ainda acredito piamente que só uma mulher muito desesperada é capaz de o fazer. É, a meu ver, uma decisão absolutamente difícil, e penso que o inner-judgement é suficiente, não sendo necessário um processo pos-trauma para agravar a situação. Para fazer sentir a pessoa em causa ainda pior - "Tu mataste alguém".
Defendo assim que uma revisão da lei vigente é sem dúvida a melhor solução. As coisas surgem a meu ver de forma bem simples. Há uma lei em vigor - se tanta gente não a cumpre, alguma coisa está mal. Mas isto claro, do meu ponto de vista esquerdino.
Em seguida vou falar de eutanásia e legalização das drogas. Mas isso fica para depois, porque estão à minha espera...

no café :D

Legislativas 2005- Portas faz «surpresas» (NO COMMENTS)

A agenda da campanha eleitoral do líder do CDS-PP, Paulo Portas, vai incluir acções de rua «surpresa» em feiras e mercados, com o pretexto de evitar «provocadores» de outros partidos políticos.
Os jornalistas são avisados destas acções com algumas horas de antecedência e convocados para um ponto de encontro «neutro», onde só aí é revelada a rua, mercado ou feira em que estará Paulo Portas.
A próxima arruada «surpresa» poderá acontecer hoje, depois de quarta-feira de manhã a comitiva do CDS-PP se ter encontrado com os jornalistas na estação de serviço de Antuã, no distrito do Porto.
Apenas neste ponto de encontro foi divulgado o local do primeiro contacto de Portas com a população nesta campanha: uma feira no concelho de Oliveira do Bairro, Aveiro.
Aí, Paulo Portas disse qual seria o segundo mercado do dia e confirmou que as acções de rua serão uma parte «secreta» da sua agenda, para evitar que as outras forças políticas coloquem «actores convidados» nesses locais.
«Não mando actores convidados às iniciativas dos outros partidos, também não os quero nas minhas», justificou o líder do CDS- PP.
«Não dou informação aos meus adversários. Povo natural e normal, tudo bem, provocadores, dispenso», reforçou, salientando que não vai «deixar estragar a campanha do CDS».
Para além das acções de rua «surpresa», que são anunciadas com algumas horas de antecedência, a agenda de Paulo Portas não tem sofrido muitas alterações e os horários têm sido razoavelmente cumpridos pelo líder do CDS-PP.
A excepção foi o cancelamento, na sexta-feira, ainda antes da campanha oficial, de uma visita à Barragem de Odelouca, no Algarve, e de duas acções de rua, em Faro e em Portimão, que em poucas horas foram divulgadas e desmarcadas.
Fora da agenda estava também a inauguração de uma sede do CDS- PP em Bragança, mas acção acabou por acontecer, terça-feira, sem a presença dos jornalistas que acompanham a campanha do partido, que apenas foram avisados vinte minutos antes, quando se encontravam a mais de cem quilómetros de distância.
A direcção de campanha promete que o circuito «paralelo» de Paulo Portas pelas feiras e mercados vai continuar até 20 de Fevereiro, só não se sabe onde e quando.
in http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24749486

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Crenças Vs Igreja....

Acho que toda a gente pensa duas vezes acerca das suas crenças. Já falei com muito gente acerca da fé e da religião e encontrei opiniões muito diferentes. Há que clarificar que existe uma clara distinção entre estes dois conceitos que tanta polémica levantam.
Há quem seja completamente contra a igreja católica e se revolte contra todas as suas teorias, há quem pura e simplesmente se mantenha afastado de tudo o que tenha a ver com ideologias divinas, mas que mantenha o respeito por elas. Há também quem esteja simplesmente “à espera de um sinal da existência de Deus” para acreditar Nele, há quem acredite num ente superior sem saber muito bem o que é e o que ensina e há quem seja assumida e radicalmente religioso.
Eu acho que nenhuma posição é discutível, pois estas questões são pessoais e privadas. Como tal, apenas vou falar da MINHA posição, já que a posso defender abertamente sem por em causa outras crenças. Aliás, quero deixar bem claro que respeito imenso qualquer opinião a este nível.
Há certas pessoas que me acham uma “freira”, uma religiosa fanática (pois é Tony, Zé, João Filipe, Lima, etc…) mas tenho muito orgulho em contrariar essas ideias. Eu DE FACTO, acredito em Deus e acredito que Ele orienta o mundo, mas não sigo cegamente todas as leis da igreja católica. Já segui, mas agora acho que esta apresenta muitas contradições e, principalmente, muitas ideias com as quais não posso nem consigo concordar. A igreja católica e as religiões, em geral, dão lições de alguma sabedoria, sensatez e romantismo. Contam histórias lindas e inspiradoras, mas têm aspectos extremamente retrógrados, por exemplo, quando o Papa faz um apelo a todos os advogados para não aceitarem tratar de casos de divórcio, quando o mesmo obriga a igreja espanhola a contradizer-se, afirmando primeiro ser a favor, e passado um dia já ser totalmente contra o uso do preservativo. Quer dizer… em que século vivemos? É por se proibirem as coisas que elas vão ser rejeitadas por quem as quer mesmo fazer? É por cultivarem o puritanismo que vão fazer do mundo um lugar pacífico e sem distúrbios?
Já fui muito católica, é verdade, mas cada vez mais chego à conclusão de que para uma pessoa ter fé não é obrigatório que siga uma religião! Há, claro o argumento que defende que nem tudo deve ser levado à letra… óbvio! Contudo, eu prefiro manter a minha fé pessoal, sem necessidade de uma igreja para intermediar a minha relação com Deus.

Insanidade em cima da mesa - I

a mesa de cafe

Hoje sonhei (juro que é verdade) com o seguinte:
Estou a chegar às escadas do José Falcão, e vejo o meu 'stôr de E. Física com uma garrafa de champagne na mão, aos saltos, a oferecer a toda a gente que passava na rua.
-Entao 'stôr, para que é o champagne?
-Estou a festejar, amanhã não há aula.

Digam-me se devo procurar ajuda médica...ou não.

sábado, fevereiro 05, 2005

E aqui está a Marta! Posted by Hello

A nova música de campanha do PSD - Dirty

a mesa de cafe

Fico confuso, admirado, surpreendido, assustado, espantado, furioso, obcecado, revoltado com aquilo a que a direita chama campanha, com o esplendor dos outdoors que nos espetam em ruas, colinas, postes, de modo bruto, porco, sujo - dirty.
Então lembrei-me que Christina Aguilera, sem sequer sonhar com isso fez uma música perfeita para descrever a campanha do partido laranja. Vou portanto comentar alguns versos que parecem estabelecer analogias perfeitas com aquilo a que me refiro.

Ah, dirrty (dirrty) - JSD canta em coro
Filthy (filthy)
Nasty (ho), christina you nasty? (yeah)
Too dirrty to clean my act up
If you ain't dirrty
You ain't here to party (woo!)
- estes últimos dois são espantosos - é mesmo assim, se não és porco, não venhas fazer campanha comigo

Ladies (move)
Gentlemen (move)
Somebody ring the alarm
A fire on the roof
Ring the alarm (and I'm throwin' elbows)
x7 - é o que está, de facto, a acontecer - o telhado está em chamas, e vai cair em cima de nós...vamos ser porcos para ver se sobrevivemos aos escombros!!!

Ooh, I'm overdue
Gimme some room
I'm coming through
Paid my dues
In the mood
Me and my girls gonna shake the room
Santana canta em coro, agitando-se freneticamente agarrado a um poste, enquanto reconhece que o défice, com o qual tanto nos massacraram, está igual, se não maior. E o humor é realmente o único meio de pagar as dívidas - o seu governo é uma palhaçada.

DJ's spinning (show your hands)
Let's get dirrty (that's my jam)
I need that, uh, to get me off
Sweat'n til my clothes come off
Acredito mesmo que precise, e a parte da transpiração, valha-nos Deus, nem quero imaginar - acabei de jantar.

It's explosive, speakers are pumpin' (oh)
Still jumping, six in the morning
Table dancing, glasses are crashin' (oh)
No question, time for some action
aqui já está lacrimejante, lembrando os seus tempos no Lux.

Temperature's up (can you feel it)
'bout to erupt
Gonna get my girls
Get your boys
Gonna make some noise
tragam os meus boys e as minhas Santanetes, vamos fazer barulho até que nos oiçam.

Wanna get rowdy
Gonna get a little unruly
Get it fired up in a hurry
Wanna get dirrty
It's about time that I came to start the party
Sweat dripping over my body
Dancing getting just a little naughty
Wanna get dirrty
It's about time for my arrival
acho que esta parte dispensa comentários, a hora da chegada está perto, é verdade. E de certeza que aidna não parou de suar.

(...)


Redman: not in alll versions, if it isn't just skip it)
Yo, hot damn, Doc a jam like a summer show
I keep my car looking like a crash dummy drove
My gear look like the bank got my money froze
For dead presidents I pimp like Huddy roll parece-me que aqui se lembrou do Sá Carneiro, ou qualquer coisa parecida.

Doc the one that excite ya divas (ow!)

If the media shine - os media brilham, concerteza, mas parece-me que não muito para o teu lado.
I'm shining with both of the sleeves up - como sempre...!

(...)

"Ai Francisquinho Sá Carneiro, vem cá baixo ver aquilo em que se transformou o teu partido..."

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

O preço da Vida Humana...

Este texto foi o meu pai que escreveu e achei interessante publicá-lo no blog. É impressionante a estupidez de certos órgãos de decisão e poder... Aqui está:
"Estou a estudar um dossier sobre a construção de uma nova auto-estrada em França. A certa altura, apresentam-se as hipóteses para o cálculo da rendibilidade económico-social do projecto, a qual depende de factores como o conforto, os ganhos de tempo e a segurança i.e. a redução da sinistralidade. É sobre este último ponto que gostaria de chamar a vossa atenção. Sabiam que se estima que um morto custe à colectividade aproximadamente 750000 euros? Se preferirem, será esse o preço médio de uma vida humana... Imagino que um sem-abrigo valha bem menos, mas esses não andam nas auto-estradas... Prefiro não me alongar em mais comentários!"
Miguel Morgado

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